sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dói um tapinha não dói.


Esta semana está sendo dedicada ao combate de Exploração infantil no âmbito social, acho que processarei meus pais! Quando criança vivia levando marmita pro meu pai ou o acompanhando no seu trabalho de lavrador, não fazia nada, pois achava aquele monte de mosquito um horror e era uma sujeirada só. Entrei na escola aos oito anos quando o normal era sete, a partir dos onze anos fui contratado por uma fábrica de macarrão onde a chefe direta, me chamava de crioulo, macaquinho, delicadinho e veadinho, (Bulling né? Vou processá-la também!). Depois entre tomar conta dos afazeres domésticos de minha casa e da casa da minha avó eu intercalava, colhendo café, enchendo sacolinhas servindo de servente de pedreiro pro meu tio e estudava, brincava também meus dias eram curtos perto de tantas oportunidades. Aos domingos tinha como compromisso ir ao catecismo e participar efetivamente das missas, ah! e não fui assediado por padres. E entre uma arte e outra fui recebendo várias "coças" de meus pais, minha avó tinha um "rei de couro" que me buscava longe é quem eu mais amei na vida e espero encontrar na morte. O dinheiro que conquistava servia para minha manutenção, meu pai só aos 19 anos, me deu uma blusa que minha irmã gostou tanto que ficou pra ela, lápis de cor, pincelsinho, um caderno de doze matérias, três canetas coloridas e borracha, pra se ter uma análise de como ele sabia das minhas necessidades escolar. É um homem tosco, mas ao sequer balbuciarem um comentário desfavorável a mim, a resposta de que ele é quem me sustentava era certa. Eu não comprava um caroço de arroz pra casa mesmo sendo de família pobre. Hoje ele não mais mora comigo e minha mãe, mas graças a ele comecei a ter responsabilidades desde pequeno e hoje meu trabalho serve para meu sustento e de minha mãe que aos 68 anos ainda não conseguiu aposentar. Hoje ele seria chamado ao Conselho Tutelar que regido por uma cartilha o impediria de me educar como provavelmente meus bisavós, meus avós e ele foram educados, era um mundo onde tirando a escravidão, eram de pessoas que trafegavam livremente sem portas e janelas trancadas, de vizinhos que entre uma colher de açúcar e de feijão se tornavam irmãos. Não me refiro a espancamento pois gente violenta deve ser tratada ou punida de acordo com cada situação, mas que para a educação ou sexo um tapinha não dói.

Um comentário:

  1. "mas graças a ele comecei a ter responsabilidades desde pequeno ". Lindo isto! Simplesmente lindo! A GRATIDÃO É ALGO MUITO NOBRE. E entender q diante de tudo algo serviu para seu o seu bem e o bem de terceiros. Saber se virar, saber o quão a vida é difícil. Acho engraçado as pessoas que cantarolam por exemplo músicas com refrões porra-loca quando estão em festas ou momentos felizes e quando estão sozinhas ou em momentos difíceis caem de joelho ou no choro. (rs).
    E outra, na bíblia diz "educai seus filhos com vara" rsrsrsrsrsrs.
    Ótimo texto, os pais cheios de mimimi com seus filhos deveriam le-lo.

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