quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Somos quem escolhemos ser...


A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!
Pedro Bial

As Vantagens de Ser um Bobo.
- O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no
mundo.
- O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se
perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou
pensando."
- Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se
lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade,
espontaneamente lhe vem a idéia.
- O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem.
- Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se
descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
- O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.
- O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um
Dostoievski.
- Há desvantagem, obviamente: Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de
um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse
que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea
onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não
funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava
tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
- Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa fé, não desconfiar, e
portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser
ludibriado.
- O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
- Aviso: não confundir bobos com burros.
- Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das
tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu,
Brutus?"
- Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
- Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
- Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
- O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
- Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os
espertos não conseguem passar por bobos.
- Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
- Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás
não se importam que saibam que eles sabem.
- Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com
burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah,
quantos perdem por não nascer em Minas!
- Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cimas das casas.
- É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o
bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Clarice Lispector

terça-feira, 30 de agosto de 2011

VERDADE E FIRMEZA.

Retornando lá atrás, na minha oitava séria, me veio a mente este conceito maravilhoso de Ghandi, Satyagraha, não que este momento que vivo se equivalha ao conflito indiano vivido por ele,mas há um momento que vem passando meu coração. Problemas familiares não faltam, mãe com a Bacia quebrada, irmã divorciada, dívidas que só fazem crescer, parentes problemáticos e amigos que procuram conflitos onde não tem. Tudo se torna cômico depois que passa, menos as marcas que permanecem cravadas em minha memória despertando sensações que julgo pertencer a pessoas pequenas e de má índole. com isto observo que ao mesmo tempo em que aquela mulher que usava as mãos para me bater amarrado a uma estaca na varanda da antiga casa, hoje é a mesma que é conduzida por mim para realizar suas necessidades mais básicas. Observo que uma irmã que se dizia ter casado para sair do martírio que era sua convivência comigo hoje pede meu apoio, que eu a receba de braços abertos como se eu pudesse fazer de outra forma. Os amigos, há se eu apenas os considerasse assim! São todos meus filhos, anjos e demônios, santos ou rebeldes eu os trato de forma individual ou no coletivo de acordo com a necessidade do momento, não desejando ser considerado apenas o melhor amigo mas me fazendo de conciliador, dizendo ou fazendo o que é preciso favorecendo o crescimento de cada um numa visão estritamente pessoal. Mas hoje com o passar do tempo e das responsabilidades abraçadas por mim, sinto que minha base esta se rompendo, sinto que minha energia esta se esgotando, me vejo desfazendo do tempo para ocupar me com frivolidades, pois estas exigem pouco de mim e me servem de camuflagem. Cobram me a diplomacia acadêmica, cobram me a atitude de deixar meu emprego pra buscar outras possibilidades, cobram me usar a criatividade todo o tempo, cobram me posturas que não condizem comigo, cobram me por opiniões que são colocadas em minha boca por outras ou deduzidas simplesmente pelo achado alheio. Eu não sei mais onde ficar ou sequer sei pra onde ir, sinto uma necessidade tão grande de obedecer ordem e com ela ter a segurança pra apoiar as colunas desta suposta fortaleza. Busco na literatura ou em neologismos o exemplo para meus sentimentos, não que faça deste momento um momento piegas e sim um momento que encontrei para expressar minhas sensações, como eu estou, como minha "alma" esta chorando em silencio.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

D.N.A


Como a vida é engraçada, depois de muitos anos vem novamente o assunto Terceira Idade a tona, e eu mais uma vez provocado me expresso da forma e da realidade que sei. Assim que entrei para o PSF de Santa Rita de Minas ví que minhas oportunidades de desenvolvimento na área da saúde estava se aflorando e não é para tirar vantagens, pois nunca tive nenhuma, e quando alguém fala sobre ela, parece que sou o intruso neste assunto, mas por uma questão de justiça conto aqui aqui e espero que a verdade prevaleça. Como sempre fui uma pessoa disposta fui solicitado pra um treinamento de PSF na cidade de Piedade de Caratinga e este treinamento aconteceu num salão onde o letreiro dizia se tratar do Grupo da Terceira Idade de lá. Conversando com uma colega do meu PSF onde todos a conhecem como Vera do Zé Limão nos inteiramos de como funcionava o grupo, de como era estruturado e resolvi desenvolver um projeto semelhante ao de Piedade para Santa Rita. Como a equipe do Psf dispunha de programas próprios, Hipertensos, Diabéticos, Doentes Mentais, Hanseniase e Tuberculose, o antigo Sisvan e gestantes, a equipe antes, por sugestão minha, se dividiram para a execução de cada programa e após a aprovação do meu projeto junto ao secretário de saúde deus-se início a efetivação da minha idéia trazida de Piedade ficando a ACS Elizete encarregada pelo novo grupo e eu eu já ocupado com o de DSTs e um novo projeto sobre horta comunitária, encomendado pelo Sec. de Ass. Social, que não vingou devido ao fato do prefeito da época não achar viável ceder o terreno mesmo com um investimento de 70 % da Emater. Acordo já previamente acertado em Valadares em um treinamento, o cômico do secretário desmemoriado debocha do fato de estarmos recebendo leguminosos e verduras da cidade vizinha, sendo que se naquela época tivesse havido empenho seríamos nós a fornecer, o engraçado é esquecer do passado pra falar mal do presente, voltando ao assunto como havia duas funcionárias sem função na sala da Assistencia Social, o então Secretário resolveu junto da enfermeira do Psf inserir uma professora em desvio de função que dividia a sala e uma estagiária em Ass. Social no meu projeto que foi modificado posteriormente pelos recém envolvidos ,menos por mim que fui o idealizador e pela ACS Elizete que foi tirada sem justificativa do projeto e que ainda hoje não sabe a origem deste trabalho. Mudanças desnecessária mas com o propósito de substituir nomes, como o meu, do PSF e da própria Sec. de Saúde e até hoje não se sabe a qual Sec. Municipal pertence este grupo. Naquele molde atual o grupo passou a ser alvo de interesse político, onde até um deputado doou camisas e havia uma pré seleção das pessoas que se encaixavam no perfil adotado pelas duas e não pelo antigo projeto que foi retomado pelo professor Sindiley (Frango, assim foram abertas as portas do grupo a todos os interessados independente de classe social, credo e cor. Hoje o grupo após tantos anos capenga com menos de trinta integrante, talvez por ter se tornado popular demais, muitos preferem jogar a culpa neste ou naquele, outros seletos querem formar uma nova equipe e cabe a mim colocar a disposição dos interessados minha integração para ambos, seja com o antigo professor que tem e muito, o mérito de saber conduzir o grupo por estes anos, mesmo com seu temperamento forte e explosivo. Não é qualquer um que tem a habilidade de lidar com pessoas que dificilmente se adaptam ao comando de uma pessoa mais jóvem.

Fica aqui meu desrespeito aos incompetentes que se apropriam das iniciativas alheias aproveitando-se de uma função que não progride pois passa-se anos e ficam na mesmice mesmo com cursos superior e aqueles que se aproveitam de uma posição política, posição que tirando as iniciativas e idéias de outros, não se viu nada além de fornecimento de medicamentos com custos da prefeitura, de cestas básicas de 15 reais, atas e assinaturas de reuniões inexistentes e incontáveis bitucas de cigarro no telhado de uma Unidade Básica de Saúde. Os apropriadores de idéias alheias não contam com uma arma infalível, a memória de todos que participaram efetivamente seja lá de qualquer coisa. Não é quem convida que faz a ação, mas quem está nos bastidores elaborando, tecendo para que tudo dê certo. Ninguém fez ou faz alguma coisa sozinho. Quem é apto ao desenvolvimento sempre é capaz de se reinventar, se reciclar e basta olhar com atenção para certos lugares que provavelmente encontrará minha digital e em se tratando do Grupo da Terceira Idade de Santa Rita, lá tem todo meu DNA pra quem se predispor a duvidar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

QUANDO DEUS SE CALOU .


Irei aproveitar esta frase para fazer uma pequena reflexão diante de alguns fatos que me aconteceram e que não pude fazer nada para alterar o percurso do rio que é minha vida. Todos os que me conhecem intimamente sabem dos meus questionamentos sobre religiosidade e também da minha admiração pelo Pe. Zezinho, não o homem, pois ao conhecê-lo achei que sua arrogância competia com sua grosseria e nada se parecia com o talento para a musicalidade religiosa. Mas incontestavelmente dentro do estilo religioso é ele quem me faz refletir e questionar estas tormentas espirituais e justamente quando o outro, é o outro, o macedinho que pediu pra nos afastarmos de tudo o que não for de Deus. Em seu novo cd pelo qual o título encabeça este texto e com uma clareza ao catequizar diferente destes padres que cantam bobagens em nome de um Deus distante da realidade do povo, o Pe.zezinho é o único a meu ver que escreve tanto para os que tem dúvidas,os que não acreditam e quem acredita na divindade. Reescrevo aqui trechos simples mas de uma profundidade de reflexão como:

No trem da vida meio errada que vai por trilhos que é preciso até refazer dormentes que já não seguram mais nada assim viaja a humanidade infeliz. É livre, mas não sabe nem bem pra quê!
Faz tudo, mas não faz direito o que faz! E pensa que fazer aquilo que quer é ser livre!
Convém que alguém, um dia, grite pro mundo sem paz! Não adiantou fazer tudo aquilo que você sonhou! Fazer tudo aquilo que você bem quis! Se quando alcançou você não foi feliz! Não fez o querer e nem fez o dever, achou que ser livre é fazer o que se quer, mas não é! Eis nossa fé!
Quem não descobre os limites do ser vive pra ter, mas não sabe viver.

Um lar foi desfeito, não tem mais jeito não há revolta, mas não tem volta O sentimento acabou
Elo desfeito, ninguém é perfeito Não deu mais certo, Quem não era feliz foi buscar
Um outro alguém para amar Dores do ser, dor de viver São as dores do amor Dor de viver
Dor conjugal e segundas uniões Milhões de opiniões Milhares de razões Mas um lar foi desfeito
E está doendo em alguém!

As sementes desperdiçadas Ninguém colheu, ninguém comeu Ninguém guardou, ninguém plantou
As sementes abandonadas Ninguém notou, ninguém tocou Ninguém pensou em multiplicar
Havia vida naquelas sementes Mas havia gente que não as queria E existe gente que até não se importa Se a semente é morta ao raiar do dia Não se fez fruto porque alguém não quis
Por causa dela alguém era infeliz Tão pequenina e tão indesejada Por isso mesmo ela foi massacrada