segunda-feira, 10 de outubro de 2011

QUE AMOR É ESTE?


Este final de semana foi taxativo para algumas atitudes que justificaram minha opinião sobre o meu passado, presente e meu futuro homossexual. Obrigado por meu trabalho a conviver a mais de cinco anos com pessoas soropositivas passei a entender melhor o mito da AIDS. Assim após ter realizado uns cinco exames não reagentes, aprendi a temer as consequências dos vinte segundos de orgasmo, óbviamente não esquecendo o envolvimento total do corpo na resposta à excitação sexual e como o sexo é experimentado de forma subjetiva pelas pessoas. Para algumas pessoas conviver com isto parece fácil mas acredite não é. O soropositivo é obrigado a seguir com rigor a prescrição médica que indica combater todos os tipos de vírus, germes e bacterias que aproveitam do mau funcionamento do corpo, parece com uma piscina mensal de remédios. Torna se rotina. Muitos ao se descobrirem com o vírus desejam a morte, outros ganham amor maior pela vida e outros querem transmitir, pensam que conseguirão dividir sua "desgraça". Já outros envoltos numa fé que não se justifica acreditam na cura e até se casam. Os "formadores de opinião" esperam que a família apoem esta atitude, estando certo ou errado um erro ou discriminação do passado justifica o "erro" ou desinformação do presente? Este é o motivo do meu texto. Que amor é este que coloca a pessoa amada num círculo perigoso, sabendo dos riscos que ele passará a correr. A pessoa amada estando sadia poderá viver tranquilamente com a possibilidade do preservativo estourar ou outro acidente acontecer? Pronto diante de muita excitação aconteceu, e aí? Vai mais uma pessoa conviver com o ritual diário das prescrições médicas, e se por acaso vier uma gestação? Ah! os médicos garantirão um parto seguro, existe parto 100% seguro? Tá, sabe se que cada vez que se transa com um soropositivo se aumenta a quantidade do vírus no organismo, então vou usar anticoncepcional. Vale lembrar que alguns anticoncepcionais inibem certas ações dos retrovirais e então o que fazer? Abortar ou deixar mais um ser correr o risco de obrigatoriamente realizar o ritual. Há vários métodos de se evitar filhos, mas é um processo caro, uma despesa a mais no orçamento. Realizar abstinencia sexual esta fora de cogitação. Mesmo assim o casal decidiu ter filhos com responsabilidade, com acompanhamento médico adequado, tomando todas as medicações prescritas e procurando manter a carga viral baixa, mas como? Hora bolas inseminação artifical se o homem for soropositivo "lavando" o sêmem antes de ser inseminado na mulher. Isso garante que ele não vai infectá-la com o HIV, caso ela seja soronegativa. O SUS fornece? Não. Sou categórico, não há felicidade encima da tristeza dos outros, não há riqueza encima da miseria de outros, não há cura para o incurável não há atitude sem consequências, viver é um risco morrer é consequência de viver. Não há fé para o que se tem medo. Amar é uma coisa, expor o próximo ao risco é desumano.

Um comentário:

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